domingo, 10 de julho de 2011

Quais filmes de domingo quais quê, a verdadeira comédia sabe-a o Sr. José António Saraiva

Passeando por um blog li esta notícia e, sendo ela de tamanha genialidade, tive também que partilhar. Verifiquem aqui. Tive mesmo que deixar um comentário quando me deparei com tamanha ignorância.

Esse senhor tem uma noção de classe média um pouco deslocada: "Pah, pessoal da classe média, querem poupar, comprem água do Luso em vez de andarem aí com extravagâncias, não se armem em ricaços e em vez de comprarem um Mercedes classe E, comprem um de classe C, comprem fatos Dielmar em vez de Hugo Boss que vomita o mesmo glamour e não liguem o ar condicionado que faz mal e tal..." . Eu tou sempre indecisa entre a água da Auchan e aquela que tem um dedo no rótulo rasca, mas que sabe igual ás outras todas, muitas vezes até vai a água Del Cano, o meu Mercedes classe C é um Ford e um Opel, nunca entrei numa loja Dielmar e nem sequer tenho ar condicionado para me sentir tentada a liga-lo.

Sendo a classe média, a descrita por este senhor, não sei quem vai pagar a crise deste país nem sei onde é que o estado vai desencantar tanta gente para abrir os bolsos, sendo que pessoal dessa suposta classe Média, aqui não há muito. Sinto-me confusa acerca da classe lá de cima. Sendo esta a classe Média, como serão as vidas dos bacanos de classe Média-Alta e Alta?

E, se fosse pelo protótipo que este senhor formulou acerca do cidadão de classe Média, ficaria sem saber a que classe pertenço, sendo que a classe baixa terá mais extravagâncias do que aquelas que eu suporto.

Acho que alguém está a precisar de levantar o cu da cadeira de pele com aquecimento e função de várias posições controladas a comando do gabinete com ar condicionado e vista para o mar, para sair às ruas Portuguesas e redescobrir o modo de vida do povo português.
Lamento pela merda de jornalismo. Haja dó.

8 comentários:

Malena disse...

Acho que este sr. vive numa bolha! ;)

Suse disse...

Concordo quando te interrogas que se esta é a nossa classe média como serão as restantes. É que assim eu de certeza que nem à baixa pertenço. Este senhor tem muito pouco contacto com a realidade de certeza.

mary disse...

eu só nao percebo o porque de dividir portugal entre empresas, classe média e pobre. no meu bom senso, um pais divide-se entre classe alta, classe media e classe baixa. e as soluçoes apresentadas por esse senhor sao com certeza para a classe alta. que nao classe media ninguem anda de aviao em executiva, que eu saiba... e nem comento o resto!

foi realmente um artigo cheio de boas intenções mas resultou muito mal...

Ricardo disse...

parece-me obvio que todos achamos o mesmo ...este homem nao sabe de que classe está a falar ou está a falar de outro pais qualquer

desde já achei o post bastante pertinente e gostaria de ver a continuaçao da abordagem a estes assuntos sem deixar de parte outros posts publicados no blog

Takeshi Agarie disse...

E eu pensando que esse tipo de político, para não dizer outra coisa pior, tivesse somente aqui no Brasil.

João Pedro disse...

Ele é sobrinho do José Hermano Saraiva, a sapiência não passou do tipo pelo que vejo xD
Lê por favor um outro texto desse mesmo senhor que vou ligar aqui, sobre a homossexualidade, acho que nem um skin-head pensa assim.

http://comunidade.sol.pt/blogs/jas/archive/2009/11/06/A-homossexualidade-est_E100_-na-moda_3F00_-.aspx

João Pedro disse...

Exactamente, pena é que toca em assuntos frágeis de uma forma tão demagoga como o Hitler.

Pantera de Quintal disse...

Demagogia pura e dura. Vai se a alegada "classe média", aquela que compra fatos Dielmar e Mercedes que, com o seu investimento em produtos nacionais, nos vai tirar da crise.
Não há palavras para descrever José António Saraiva. E sim, o texto dele sobre os casais homossexuais é um must read.
O homem é um totó, coitadinho. Aliás, isso vê-se bem por episódios que ele descreve nesta sua rubrica: um vez li uma história que contou sobre como um dia parou numa bomba de gasolina, saiu um homem de outro carro, pôs-lhe dois casacos "de pele" na mala do carro e disse-lhe ao ouvido que eram autênticos e que lhe ia fazer um preço especialíssimo. O nosso amigo comprou, claro, para mais tarde descobrir que a pele dos casacos era falsa. Que estranho! Com um vendedor tão fidedigno! Esta história de ele ter visto os sapatinhos na montra e ter pedido logo para embrulhar sem antes perguntar o preço é mais um exemplo da totozice que ele faz questão de ostentar.